terça-feira, 22 de maio de 2007

A Globalização

Podemos dizer que a globalização é um processo económico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transacções financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.

As fontes de informação também se uniformizam perante a crescente popularização dos canais televisivos, o que origina desdobramentos da globalização.

O conceito de Aldeia Global encaixa-se neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e económicas de forma rápida e eficiente.

· Exemplo 1: Vemos hoje uma indústria de automóveis que fabrica um mesmo modelo de carro em montadoras de 3 países diferentes e vende-os em outros 5 países. As empresas não ficam mais restritas a um país, seja como vendedora ou produtora.

1. Os Que Chegam


A globalização acentuou de forma dramática a percepção das desigualdades entre os povos.

A vida para dois terços da Humanidade tornou-se um sofrimento e privação quotidiana. Milhões morrem à fome, sabendo que noutra parte do mundo outros morrem por obesidade, atolados no consumismo. Olham à sua volta e constam que nada tem do que a outros sobra. Muitos não suportando tanta privação, todos os anos partem das suas terras em busca do seu quinhão na Europa, EUA ou num outro qualquer mítico paraíso. Estão dispostos a tudo, menos a continuarem a suportar a privação. É uma luta de vida ou de morte.

Os que conseguem chegar ao "paraíso", o que encontram é trabalho escravo, a luta infernal pela sobrevivência dia após dia. A esmagadora maioria aceita trabalhar e viver à margem da lei e em condições infra-humanas para os padrões locais.

Não tardam em se aperceberem que não passam de mão-de-obra barata, sem direitos de espécie nenhuma. Sobre estes pobres imigrantes acaba por recair a acusação de estarem a destruir direitos dos trabalhadores que duramente os conquistaram nos países que agora os acolhem.

Não tardam também em tomarem consciência que neste processo estão igualmente a serem usados pelos Estados. Quanto mais entraves burocráticos lhes impõe à legalização, mais os forçam a viverem na clandestinidade ao sabor das máfias e maior é a pressão sobre os restantes trabalhadores. Na verdade, quanto maior for o contingente de clandestinos no mercado de trabalho, maior será pressão sobre os que estão legalizados para aceitarem uma generalizada precarização das relações laborais, assim como maiores jornadas de trabalho e uma redução nos salários.

2. Os Que Perdem

A globalização ao abrir as fronteiras ao comércio mundial e desenvolveu a competição entre empresas e trabalhadores de todo o mundo. Nesta competição global, a única forma de sobrevivência possível é produzir mais e mais barato.

Nos países onde se concentram dois terços da Humanidade, milhões de crianças são usadas nesta competição global. A escravatura tornou-se uma prática corrente. É certo que milhões de pessoas nunca conheceram outra.

Acontece que as migalhas para dois terços da Humanidade, representam para o outro terço o desemprego, o fim das estruturas de segurança social, a quebra dos laços de solidariedade, etc. Estes são os efeitos perversos da competição à escala global.
3. Os Novos Predadores


O mundo assiste hoje à globalização da especulação financeira. Os novos predadores aniquilam sectores económicos inteiros de países em operações bolsistas. O capital não tem pátria, nem limites para a sua acumulação. Os meios usados perderam toda a conotação moral, estão convertidos em simples "operações" financeiras.

O mundo assiste hoje à expansão do consumismo numa lógica predadora de recursos. Um terço da Humanidade consome de forma impulsiva. Pouco lhe interessa quem fabricou os produtos, as
condições em que os fez e a que custo. O que verdadeiramente conta é que os mesmos lhes agradem e os possa adquirir.

Face a este panorama, os direitos humanos se são a única referência consistente, são também uma referência vazia de sentido para a maior parte da Humanidade, para a qual a questão prioritária é a da sobrevivência física dia após dia.

Nos últimos anos, o processo de internacionalização das economias tem-se vindo a acentuar a um ritmo superior da produção, o que origina uma mundialização nos mercados, onde os mercados financeiros actuam em rede, à escala mundial e quase continuamente, apoiados na liberalização dos movimentos de capital e nas tecnologias de informação.


Existem vários agentes da globalização, e são eles:
  • G8,
  • FMI,
  • Banco Mundial,
  • GATT/OMC,
  • ETN,
  • Mercados Financeiros,
  • Estados-Nação,
  • ONG.

Porque é que os mercados financeiros têm cada vez mais importância?


Porque a globalização apenas satisfaz 1/5 da Humanidade, no Norte e no Sul a coesão social vai enfraquecendo o que origina um maior aparecimento dos mercados financeiros bem como a sua importância.


Os mercados financeiros actuam em rede à escala mundial apoiados pela liberalização e pelas Ti’s.


Deparamo-nos então com a necessidade de regulamentar os movimentos de capitais, para tal á que cooperar relativamente às políticas cambiais e no seguimento desta cooperação, pôr-se a hipótese da criação de uma moeda asiática.

Com todas estas grandes alterações, os governos nacionais foram perdendo autonomia, como consequente o poder dos mercados e as decisões de OMC e de outras organizações supranacionais contrapõem-se aos Estados-Nação.


Exemplo 2: a Ásia é a região que recebe mais investimentos estrangeiros, e a China aparece na liderança. Mercados em grande crescimento, mão-de-obra barata e excelentes níveis de produtividade são argumentos muito fortes. Hoje em dia, os países em desenvolvimentos com maior crescimento são aqueles que conseguem uma maior captação dos investimentos estrangeiros.


Isto vai ter consequências na economia, esta torna-se cada vez mais interdependente e estruturada em subconjuntos regionais, a partir dos pólos que constituem a Tríade. Estes subconjuntos, ou seja, as organizações de integração económica regional, são um escalão intermédio entre o Estado-Nação e a economia mundial.


Na Europa a integração económica encontra-se numa fase avançada com tendência para se alargar aos países da Europa Central e do Leste. O outro espaço de integração económica é a união aduaneira formada pela EU e pelos três países mediterrânicos (Turquia, Chipre e Malta).


No continente americano, o NAFTA, que entrou em vigor em 1994, constitui um círculo de integração económica que os EUA pretendem alargar ao resto do continente; o Mercosul, que agrupa as economias emergentes da América do Sul, tem tido uma evolução muito positiva, associada ao crescimento económico, nos anos 90.


Na Ásia, a ASEAN tem como objectivo transformar-se numa zona de comércio livre. A APEC surgiu, em 1989, devido à crescente interdependência das economias dos países de Ásia e do Pacífico, com o objectivo de penetração no mercado americano.


Exemplo 3: existe cada vez uma interdependência dos mercados financeiros, desde que o governos de Taiwan optou em Outubro de 1997 por deixar flutuar livremente a sua moeda, Hong Kong ficou praticamente sozinha, a manter relações com o dólar americano.


As instituições financeiras europeias, ultrapassaram as suas congéneres japonesas. O dinamismo destas economias, por um lado, e a elevado liquidez dos bancos europeus, foram responsáveis pelos vultuosos empréstimos concedidos às economias emergentes de Sudoeste asiático.


As desvalorizações das moedas locais têm sido muito acentuadas, por outro lado, as carteiras de encomendas e os projectos em curso estão a sofrer reduções associadas às elevadas dívidas externas destas economias, com repercussões nos países que compõem os pólos da Tríade.








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