terça-feira, 22 de maio de 2007

Globalização Externa - Aldeia Global


O conceito de "aldeia global" criado por um sociólogo canadense chamado Marshall McLuhan que ficou mundialmente famoso ao publicar o livro "O meio é a mensagem" - RJ: Ed. Record,1969. Foi o primeiro filósofo das transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações.


Aldeia global quer dizer simplesmente que o progresso tecnológico estava reduzindo em todo o planeta à mesma situação que ocorre numa aldeia, ou seja, a possibilidade de se inter-comunicar directamente com qualquer pessoa que nela vive.


Como paradigma da aldeia global, ele elegeu a televisão, um meio de comunicação de massa em nível internacional, que começava a ser integrado via satélite. Esqueceu, no entanto, que as formas de comunicação da aldeia são essencialmente bidireccionais e entre dois indivíduos. Somente agora, com o telemóvel e a internet é que o conceito começa a se concretizar.


O princípio que preside a este conceito é o de um mundo interligado, com estreitas relações económicas, políticas e sociais, fruto da evolução das
Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), particularmente da World Wide Web, diminuidoras das distâncias e das incompreensões entre as pessoas e promotor da emergência de uma consciência global interplanetária, pelo menos em teoria.

Essa profunda interligação entre todas as regiões do globo originaria uma poderosa teia de dependências mútuas e, desse modo, promoveria a solidariedade e a luta pelos mesmos ideais, ao nível, por exemplo da ecologia e da economia, em prol do
desenvolvimento sustentável da Terra, superfície e habitat desta "aldeia global".

Na verdade, não deixa de ser verdade que, como já evidenciava a teoria do
efeito borboleta (teoria do caos), um acontecimento em determinada parte do mundo tem efeitos a uma escala global, como mostra, por exemplo, as flutuações dos mercados financeiros mundiais. Neste sentido, o adjectivo global faria algum sentido, mas, apesar disso, seria restrito.

Na verdade, trata-se mais de um conceito filosófico e utópico do que real. Como afirmam muitos teóricos da
globalização e alguns críticos do conceito que aqui discutimos, o mundo está longe de viver numa "aldeia" e muito menos global: o conceito de aproximação das pessoas numa aldeia, em que todos se conhecem e participam na vida e nas decisões comunitárias não se coaduna com a ideia de sociedade contemporânea. Além disso, partindo da ideia que o mundo está, de facto, interconectado, não deixa de ser verdade que, nesta aldeia, de nome tão utópico e optimista, muitos são os excluídos (basta lembrar o número de habitantes ligados à internet em algumas regiões africanas).

Para termos uma ideia deste conceito, é preciso, pois, lembrarmos a sua ambivalência: por um lado, saber que parte do pressuposto de uma maior aproximação entre as pessoas e da consequente necessidade de uma responsabilidade e responsabilização global; por outro, saber que é um conceito exclusivo e, como tal, excludente.

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